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Santa Sexta-Feira da Paixão de Cristo

  • Ariel Dias
  • 24 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura


Por que chamamos Sexta-feira Santa de "Santa", quando é um evento tão escuro e sombrio que celebra o dia de sofrimento e morte de Jesus?


Para os cristãos, Sexta-feira Santa é um dia crucial do ano porque celebra o que acreditamos ser o fim de semana mais importante na história do mundo. Desde que Jesus morreu e ressuscitou, os cristãos têm proclamado a cruz e ressurreição de Jesus para ser o ponto de virada decisivo para toda a criação. Paulo considerou ser "de primeira importância" que Jesus morreu por nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, tudo de acordo com o que Deus havia prometido ao longo de toda a Escritura (1 Coríntios 15,3) .


Na sexta-feira nos lembramos do dia que, voluntariamente, Jesus sofreu e morreu crucificado como o sacrifício final pelos nossos pecados (1 João 1,10). Ela é seguida pela Páscoa, a celebração gloriosa do dia que Jesus ressuscitou dentre os mortos, anunciando sua vitória sobre o pecado e a morte, e apontando para frente uma futura ressurreição para todos os que estão unidos à Ele pela fé (Romanos 6,5).


Ainda assim, por que chamar o dia da morte de Jesus como "Sexta-Feira Santa" em vez de "Sexta-Feira da penumbra", "escuridão" ou algo semelhante? A origem do termo "Santa" é debatido: alguns acreditam que ele desenvolveu a partir de um nome mais antigo, "Sexta-feira de Deus." Independentemente da origem, o nome de Sexta-feira Santa é inteiramente apropriado, porque o sofrimento e morte de Jesus, tão terrível como era, marcou a culminação dramática do plano de Deus para salvar o seu povo dos seus pecados.


Para que a boa notícia do evangelho tenha significado para nós, primeiramente temos de entender a má notícia da nossa condição de pecadores sob a condenação de pecadores. A boa notícia da libertação só faz sentido uma vez que nos reconhecemos pecadores.


Da mesma forma, Sexta-feira Santa é "Santa" porque, tão terrível quanto foi, aquele dia tinha que acontecer para que pudessemos receber a alegria da Páscoa. A ira de Deus contra o pecado tinha de ser derramado sobre Jesus, o perfeito substituto do sacrifício, a fim de perdoar e salvar, derramando seu sangue Santo entre as nações. Sem esse dia terrível de sofrimento, tristeza e derramamento de sangue na cruz, Deus não poderia ser "justo e justificador" com aqueles que confiam em Jesus (Romanos 3,26). Paradoxalmente, o dia em que parecia ser o maior triunfo do mal era realmente o golpe mortal no glorioso e Santo plano de Deus para redimir o mundo do cativeiro.


A cruz é o lugar onde vemos a convergência de grande sofrimento e do perdão de Deus. Salmos 85,10 canta que um dia a "justiça e a paz" vai "beijar uns aos outros." A cruz de Jesus é onde ocorreu a maior prova de amor, onde as exigências de Deus, sua justiça, coincidiu com a sua misericórdia. Nós recebemos o perdão divino, misericórdia e paz, porque Jesus voluntariamente tomou o nosso castigo divino, o resultado da justiça de Deus contra o pecado. "Para a alegria que lhe estava" (Hebreus 12, 2) Jesus suportou a cruz na sexta-feira, sabendo que levou à sua ressurreição, nossa salvação, e o início do reinado de justiça e paz de Deus.


Sexta-feira Santa marca o dia em que a ira e misericórdia se encontraram na cruz. É por isso que Sexta-Feira Santa é tão escura e tão Santa.

 
 
 

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