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A Igreja Católica é santa e pecadora?

  • Vitor Azevedo
  • 15 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Por alguma razão, nos últimos anos, ouvi-se muito a expressão "a Igreja Católica é santa e pecadora". Tal adjetivo é usado quase sempre em que uma ação errônea é praticada pela Santa Igreja Católica. Entretanto, essa expressão é inteiramente verdadeira?


Primeiramente, devemos deixar claro alguns pontos. No Credo Niceno-constantinopolitano proclamamos que a Igreja é "Una, Santa, Católica e Apostólica" e isso é uma verdade de fé e atributos que são inseparavelmente ligados entre si, indicando traços essenciais da Igreja e da sua missão, conforme nos ensina o Catecismo em seu artigo 811. Com isso, todos temos a ciência da santidade da Igreja presente em sua essência.


A expressão "Igreja pecadora" tem sido usada erroneamente em nosso tempo. Primeiramente, porque a Igreja não é pecadora. Ela é santa, imaculada e infalível. O que a Igreja disse ao longo de sua história nunca foi desmentido ou contrariado. O que é pecador, no entanto, são os membros da Igreja. Eles são passíveis de erros e pecados. Em base nisso, é importante mencionar a diferença da santidade da Igreja da santidade na Igreja. A instituição Igreja, seus dogmas, doutrinas, sacramentos, tradição e história são santos, incapazes de erro. Já os membros pertencentes a Igreja, o seu Povo, são passíveis de erro - e esses erros são pessoais, não maculando a veracidade da Igreja.


Mas é possível que os membros da Igreja errem, mesmo estando em sintonia com os ensinamentos de Cristo?


Bem, o próprio Jesus nos mostrava que no meio dos seus seguidores haveria escândalos em razão de alguma ação errônea que alguém havia praticado (cf. Lc 17, 1). E prosseguiu dizendo que se fosse preciso perdoar o irmão, deveríamos perdoar.


É ação que os Papas São João Paulo II, Bento XVI e, recentemente, o Papa Francisco fizeram publicamente: pedirão perdão publicamente pelas ações feitas por membros ligados a Igreja. E não há algo escandaloso nisso... É necessário reconciliar-se com aqueles que as "más frutas" fizeram prejudicar. O Beato Papa Paulo VI já havia afirmado que "a Igreja é santa, embora incluindo no seu seio pecadores, já que ela não possui outra vida senão a da graça (…) Por isso, a Igreja sofre e faz penitência por tais pecados, dos quais, aliás, ela tem o poder de curar os seus filhos com o sangue de Cristo e o dom do Espírito Santo".


Com isso, a expressão "Igreja santa e pecadora" torna-se errada. É mais sensato substituí-la pela expressão “Igreja santa e composta de pecadores”, conforme dita por Bento XVI em homília em 2008.


Santa Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!

 
 
 

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