Um Deus crucificado?

Ao entrarmos na maioria das igrejas católicas vemos em destaque a imagem de Cristo Crucificado pendurado no altar central. A figura de Cristo, Servo Sofredor, Crucificado é objeto de veneração desde o início do cristianismo, como forma de recordarmos por qual meio e amor fomos salvos.

A Igreja nos ensina mais: "O advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás (...) E pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus ser definitivamente estabelecido: Deus reinou do alto do madeiro" (artigo 550 do Catecismo da Igreja Católica).

Para nós católicos, a Cruz é vista como a glória de Cristo, já que sua glorificação e sua vitória inicia-se na Cruz. Assim, a Cruz de Nosso Senhor Cristo tornou-se sinal de esperança em um cenário totalmente entregue ao caos e a descrença.

Proclamar um Deus Crucificado não é errado. Nós somos convocados a anunciar o sinal de nossa salvação pelo Santo Madeiro. São Paulo, em 1 Coríntios, nos fala: "nós proclamamos a Cristo crucificado, que é motivo de escândalo para os judeus e loucura para os gentios" (1 Cor 1, 23). É necessário anunciarmos esse Deus tão apaixonado pelas suas criaturas que "achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Fl 2,8).

Não existe Cruz sem Cristo e Cristo sem Cruz. Na verdade, não existe cristianismo sem Cruz. Desde o início, Jesus já nos alertava: "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, irá salvá-la" (Lc 9, 23-24).

Devemos ter em nossas vidas um carinho e uma veneração especial a Cristo Crucificado. Nele vimos o amor de Deus para conosco e nos anima a vencer todo os obstáculos que nos afligem e que possamos, a exemplo de São Paulo, proclamar: "Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 19b-20).

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

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